Ilusão ou premonição?
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Conto para ser ouvido com a música I Can't Sleep, de Vanic. (virou TWT agora? HUE)
(Vocês podem pular o início que é longo e ir para o refrão e_e)
(Vocês podem pular o início que é longo e ir para o refrão e_e)
Maya acordou, de súbito. Estava novamente na cela. Melhor: Ainda estava na cela; nunca havia saído de lá.
"Todas essas visões... Tudo isso..."
"A Rainha dos Sonhos não só faz sonhos, como sim prevê em sonhos." uma voz na sua cabeça quebrou o silêncio.
- Kala?! - não se segurou e exclamou em voz alta.
"Shh, não faça isso sua tola!" contrariada, Kala urrou "Podemos nos comunicar por pensamentos. Specialis conseguem fazer isso com Caelestes."
"Kala, por favor, me ajude! Pegaram meu colar... Eu... Eu não sei o que fazer! Aquele cafajeste vai acabar com tudo, e... E..."
"Céus! Não perca o controle! Você não é a única que está nessa situação."
"Existem mais rainhas?"
"Não! Eu estava referindo à mim! Ah, e, existem sim. Rainha da Noite, Rei da Terra, Lorde das Relíquias... E a maioria está sem poderes, assim como você. Colidius fez um golpe ágil, atacando os mais fracos primeiro e juntando os menores dos poderes, assim, com o tempo, ficará cada vez mais forte. Você ainda estava em despertar, mal sabia fazer nada direito. Você enfraqueceu pelo desequilíbrio. Culpa de Colidius, pra ser mais direta."
"Ow, ow, ow, muita informação, pouco cérebro.Quer dizer que..."
"Que mais Specialis estão sem seus amuletos e presos e Colidius está ficando mais forte à cada hora? E também que ao despertar da fúria dele ele fez você cair e perder poderes? E que eu estou presa? E que vai dar muita merda? Sim, foi isso que eu quis dizer."
"E o foco dele sou eu?... Por que?!"
"Pense, Maya. Ele é feito de pesadelos, e você de sonhos. Duh."
Aquela conversa foi interrompida pela a porta, aberta subitamente. Um guarda arrogante e mal cuidado forçou Maya à acompanha-lo, brutalmente. A pequena bufou de raiva e o acompanhou. Os dois passaram por um extenso corredor, fedendo à fezes, urina e vômito. Isso fez a cabeça de Maya girar por alguns momentos. As celas do corredor estavam cheias de ferrugem e teias de aranhas, e as pobres criaturas presas por muito tempo lá suplicavam por liberdade e misericórdia. Aquilo doeu o coração de nossa majestade.
Ao acabar de atravessar o corredor agonizante, de cara à um portão, o guarda ordenou-a:
- O que tem nessa sala tu não podes sequer olhar. - ao dizer algumas palavras estranhas e sem sentido para a pequena, a visão da tal escureceu-se, então ela não viu mais nada, e apenas foi guiada pelos empurrões estúpidos do guarda. Só recuperou-se depois de muito tempo, e, agora, estava nos pés da escadaria à um trono. Um trono familiar.
- O que é isso? - ela olhou ao redor. A sala era velha e cheirava a pó. As paredes, brancas encardidas, estavam cheias de buracos. O chão, de pedrinhas cintilantes, agora parecia lavado com esgoto.
- Isso, Maya - a voz atormentadora de Colidius preencheu o local silencioso - Era seu trono.
Como se uma adaga acabasse de perfurar seu peito, Maya gemeu.
- Agora, na nova era, é meu. - Colidius materializou-se no meio da escadaria, e começou à subi-la. Cada passo que ele dava parecia um dia contado na vida de Maya.
Então, ao sentar no trono, uma explosão de trevas e calor percorreu o palácio, e os buracos na parede, juntamente com as gretas do chão, irradiavam uma névoa escura. Então, como se a pequena tivesse perdido tudo o que ainda lhe restava, ela gritou. E chorou.
- O lado ruim de ser banido, é que não posso matar Specialis. - Colidius olhou para ela, com nojo - Mas, pelo lado bom da coisa, tu mesma podes fazer isso. - ele deu um sorriso sádico, e no centro da sala, surgiu uma corda amarrada em forma de forca, e uma escadinha.
Maya virou-se para aquilo.
Uma pausa.
E um raio rasgou os céus.
- Vá; faça. Não lhe resta mais nada aqui. Tu não tens ninguém. De que vale sua vida, rainha? Vossa majestade perdeu a coroa há séculos, só não percebeu. - o discurso de Colidius doía a leopardo na alma.
Ele estava certo.
De quê vale?
Lentamente, ela andou até seu fim, subindo degrau por degrau, e colocando seu pescoço fino na corda, então hesitou.
- Vá! Pule! - Colidius berrou.
Mais um raio.
E agora?...
Queria Pan, dê um final
feliz para esse conto que
começou vazio e terminá...
Você decide.